terça-feira, 24 de novembro de 2009

O elo perdido???


Há alguns meses, a seguinte notícia foi publicada na revista New Scientist:

Descoberto elo perdido entre Homens e primatas

2009-05-20

Cientistas acreditam ter descoberto o “missing link”, o elo perdido que explica a transição entre primatas e a primeira linhagem do Homem.

O fóssil de 47 mil anos, baptizado com o nome Ida, foi apresentado esta terça-feira, no Museu de História Natural de Iorque.

Os cientistas acreditam que Ida é a forma ancestral que está na transição entre os primatas superiores, onde se incluiu a espécie humana, e primatas inferiores, como são os lémures. A dúvida sobre quando e como surgiu o Homem pode ter encontrado a resposta em Ida.

Trata-se de um exemplar de cerca de um metro, do sexo feminino e, segundo o pesquisador Jenz Franzen, com características que o aproximam dos primeiros hominídeos. Ao contrário dos lémures, Ida tem unhas em vez de garras, o polegar opositor, o segundo dedo do pé não está em forma de garra e não tem dentes fundidos. Os olhos estão no mesmo plano, o que se traduz numa visão tridimensional, semelhante à nossa e mais afastada da visão dos lémures.

No fóssil, encontrado em excelente estado de conservação, é ainda possível distinguir contornos de pêlos e os restos da última refeição.

A descoberta de Ida remonta a 1983, quando um “caçador” de fósseis amador encontrou o fóssil em Messel Pit, na Alemanha. Depois de o guardar durante vários anos, decidiu vendê-lo. Nessa altura o esqueleto do fóssil foi separado em duas partes por coleccionadores, motivo suficiente para que a importância da descoberta não fosse imediatamente reconhecida.

Quando se apercebeu que estava perante um fóssil que poderia resolver uma das maiores incógnitas da humanidade, o paleontólogo Jorn Hurum, reuniu uma equipa de investigadores e, durante os últimos dois anos, realizou uma minuciosa e secreta análise forense ao fóssil.

O nome científico atribuído a Ida é Darwinius masillae, em honra ao 200º aniversário de Charles Darwin, que se comemorou a 12 de Fevereiro de 2009.


Após muito estardalhaço pela mídia, alguns meses depois descobriu-se que possivelmente o "elo perdido" em questão seja apenas um parente dos lêmures. Leia aqui.


Ao invés de um "elo", poderia haver vários elos entre as espécies que já conhecemos, ou ainda não haver nenhum. Afinal, é perfeitamente possível que tenha havido um salto evolutivo mais drástico do que esperamos. Por exemplo, pode haver o nascimento de um mutante que não chegou a se tornar uma espécie, fazendo uma transição muito mais rápida.

Portanto, não há um "elo perdido" entre humanos e macacos, porque os humanos não vieram dos macacos, mas de hominídeos. Também não existe um "elo perdido" entre os humanos e esses hominídeos, porque o conceito de elo perdido é errado e não darwiniano. Pode haver sim, muitos estágios, que provavelmente nunca serão desvendados. - Ighor Antunes Zappes

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